sábado, 9 de maio de 2009

Meia felicidade?

Eu, irmão e mãe em Fort Lauderdale em 1996. Eu não tive coragem de procurar outras fotos


Tem coisas que não existem pela metade. Não existe mulher meio grávida, homem meio gay, nem meia democracia. Mas existe felicidade pela metade. E é assim que eu me sinto no dia das Mães. É assim há quase nove anos, desde que minha mãe foi pro céu.


Apesar do espiritismo, a partida dela não é coisa bem resolvida no meu coração. Porque foi precoce, porque foi dolorido, porque deixou meu irmão aqui com treze anos, na fase que ele mais precisava dela. Não só por isso, mas pela alegria, beleza, sabedoria, praticidade que só minha mãe tinha.


Não há um dia que eu não me depare com nenhuma situação que eu me pergunte o que ela faria no meu lugar. Não há um dia que eu não veja minha relação com ela, na minha com o meu filho.


Eu rezo sempre pra que ela esteja bem, onde estiver. Pra que esteja estudando, se tratando, evoluindo espiritualmente.


Devo creditar a parte da felicidade que resta ao João Lucas. Se não fosse ele, não sei o que seria de mim. Acho que eu seria nula, uma pessoa amarga, azeda, uma pessoa que não existe. Uma pessoa fraca, uma pessoa sem graça e sem risos.


Depois dele, compreendi que o dia das Mães nasceu não só pros filhos celebrarem as mães como aquela pessoa que se doa, se entrega, que se preocupa e que zela por eles, mas também pras mães comemorarem junto dos filhos a sua transformação em seres melhores, mais generosos, mais dedicados. Só com a maternidade entendemos o que é ser cristã, o que é dividir, o que é negar prazeres banais, físicos e passageiros por um sorriso, ou pelo menos pela tranquilidade de saber que aquele ser que vc gerou está em paz e em segurança.


Despeço-me com um texto de Carlos Drummond de Andrade. Sobre a mesma coisa, ele escreve melhor que eu.
Eu e João, na oficina de dia das mães na escola


Para Sempre


Por que Deus permite que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.

Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,é eternidade.
Por que Deus se lembra- mistério profundo -de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.
(Carlos Drummond de Andrade)

8 comentários:

Borbulhas Literárias disse...

Que lindooooo!

Unknown disse...

Paola feliz dia das mães !
Bjo !

Borbulhas Literárias disse...

Muita paz no seu coração nesse dia das mães. Sei que dói, mas linda homenagem...

Sinta-se abraçada.

Anônimo disse...

Me emocionei! Sua mãe, com certeza, está bem, olhando por vocês e muito orgulhosa da filha!!
Feliz Dia das Mães!
Beijos,
Sheyla

Fernanda disse...

Paola, a homenagem foi linda... o seu irmão é muito fofo! :)

Beijos,
Fernanda.

disse...

Amiga,
Espero que seu filho tenha dado muito carinho a essa mamãe fofa que ele tem... pois a outra metade sei que é insubstituivel...
Quanto ao contador do post anterior eu faço assim:
1- site http://www.codigofonte.net/
2- seleciona "contadores" na barra da direita;
3- "criar contador de visitas";
4- Copia o código dele;
5- No blog: Personalizar>Adicionar um Gadget>HTML>aí vc cola o codigo que copiou no site e salva.
Espero ter ajudado!!!
Beijos!!!

Juliana disse...

nem gosto de pensar num dia das mães sem mãe...
mas o q conforta é saber q embora elas partam um dia, elas continuarão pra sempre por perto
=)

Bianca disse...

Paolita! Vi teus recadinhos no orkut e twitter e ñ pude deixar de vir aqui dar um alô!
Acabei de ler tudo, tudinho de março até maio pq estava desatualizada. Amei, como sempre!
Me emocionei com o post do dia das mães!
Muita saudade de vcs!!!