quinta-feira, 29 de abril de 2010

To tão cansada...

To realmente precisando de férias.

Cansada mesmo de trabalhar.

Eu já sabia que estava cansada, meu trabalho realmente me exige muito, me preocupa muito, e me paga pouco. Mas tive alguns sintomas que me fizeram ter certeza disso: qdo comecei a brigar com o porteiro, o entregador de pizza, o operador de telemarketing (eles merecem), o vendedor da Tam, foi uma definitiva certeza do meu cansaço, pq eu não sou assim. Qdo eu comecei a ter um sono descomunal, de dormir sem escovar os dentes(acredite, eu nunca faço isso), batata,to morta, preciso de férias.

Só que elas ainda vão demorar um pouco pra chegar.

Chega, férias, chega!

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Moço, eu tô grávida!

Eu sei que mentir é feio. Que vai pro inferno, que ninguém mais vai gostar, enfim, sei de tudo isso. Mas essa semana eu menti.
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Tava no avião, sentada na janela, o Leo do meu lado e um senhor dormindo na poltrona do corredor. E uma grande sacola com objetos frágeis no meu pé. Aí foi me dando uma super vontade de fazer xixi, mas tava mega difícil de sair. Então resolvi esperar o avião aterrisar. "Ah,eu aguento mais meia hora".


Quando aterrisou, saí em disparada, correndo feito uma louca, acho até que pisei em algumas cabeças. Me lembrou muito qualquer episódio do Pateta (até porque me identifico muito com ele). Só que um velhinho que tava na primeira fileira chegou na minha frente e entrou no banheiro.


E demorou! Jesus, como demorou. Qdo ele entrou, ainda não tinha chegado o finger. Aí chegou o finger (e olha que ele chega devagar!), a aeromoça pega o telefone com calma e pede cadeiras de rodas de vários modelos (ela explica os modelos, eu nem sabia que eles disponibilizavam mais de um), aperta um botãozinho que acho que serve pra despressurizar o avião. Espera bastante até poder abrir a porta. Enquanto isso, sai o comandante e eu engato um papo com ele. Mas era um papo sofrido, de quem tá vendo a hora de mijar na calça e tenta disfarçar. Fiquei tentando me lembrar quais as lojas que tinham no aeroporto de Brasília caso isso acontecesse. E o velho lá.


Comentei com o piloto que já tava até preocupada com o velho, ele poderia ter morrido. A aeromoça, gentil como devem ser as aeromoças: "não, é que ele faz bem devagarzinho mesmo".


Iniciou o desembarque e, quando já estava lá pela fileira 12, eu desisti. Além de não ter perspectiva de liberação, agora eu já estava preocupada realmente com o que o velho estava fazendo lá naquele cubículo. Só xixi não ia demorar tanto. Saí correndo pelo finger e pelo corredor. Quem já foi no aeroporto de Brasília, sabe que o corredor não acaba nunca, vc é capaz de chegar na Esplanada dos Ministérios por ele. Sem enxergar uma luz no fim do túnel, eu faço uma cara verde de enjôo e falo prum funcionário da Tam que passa:


- Moço, com licença. É que eu to grávida e eu preciso usar o banheiro e será que eu poderia....


E eu pude. Ele abre imediatamente a porta do portão 17 pra mim! E fez-se a luz! Ai que alívio. Fiquei o tempo da conexão todinho fazendo cara de grávida. Confesso que senti um pouco de remorso até. Mas tbm fiz futuros planos pra filas de supermercados e bancos e instituições assemelhadas.


Prova que a gravidez é apenas um estado de espírito. Ou de necessidade.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Fui lá em SP rapidinho e voltei

Pessoas de SP, eu tenho inveja de vcs. Tomem banho de sal grosso, carreguem todos os patuás, pq sim, eu tenho inveja.
Tenho inveja do valor que vcs podem pagar pelos móveis e casa. Dá pra pagar pouco, enqto eu não tenho outra opção, aqui tudo é caro. De padarias maravilhosas, museus super legais, vida cultural, de ter metrô, de umas comidinhas, que ai... me engordam só de lembrar.
Mas eu não tenho inveja das distâncias, do trânsito, de não poder almoçar em casa.
Enfim, eu ia pra São Paulo ver o show do Paul McCartney. Não sei se já contei aqui que se um dia tiver que trocar o Leo por alguém será pelo Paul. Como era a última turnê dele, senti que era minha última chance. Mas não teve show, então não rolou. Vou ter que ficar com o Leo pro resto da vida, hehehehe.
Aproveitei pra comprar umas coisas pra cá pra casa: comprei um tapete, as cadeiras da cozinha, capas de almofada, uma luminária indiana (toda vez que eu penso nela eu saio dançando que nem a Maya), 2 jogos americanos, umas garrafinhas, umas velas de decoração e dois porta lápis. Pra mim nada? uma calça da Zara, um short e uma camiseta branca básica (pq tava fazendo calor e eu tinha levado poucas coisas de verão). Pro João um sapato.
O Leo se contenta em comprar comida. Foi na Casa Santa Luzia e fez a festa. Parecia criança na Disney.
Nenhuma dramatização é capaz de reproduzir o que foi trazer esse tapete pra Belém,sempoder dobrá-lo. Mas a gente pensava no preço e compensava.
Ainda deu pra ir comer em três lugares ótimos (Adega Santiago, Due Cuocchi e um chinês que eu preciso descobrir o nome pra voltar lá) e ir na exposição Brasiliana, na pinacoteca (recomendo, muito boa).
Pra compensar, trabalhei hoje. É, né?
Alegria de pobre dura mesmo pouco

quarta-feira, 14 de abril de 2010

O que eu aprendi

Aos 30 aprendi que:

1. um casal não deve dormir brigado
2. Tenho que refletir pelo menos um pouco antes de falar o que penso
3. tenho que saber identificar a minha tpm
4. posso comprar sapatos mais caros um pouco (um pouco... meu bolso ainda não está pronto para um manolo blahnik) pq meus pés são sensíveis
5. fazer unha toda semana é inevitável, podólogo eventualmente
6. e hidratar o cabelo de vez em qdo tbm
7. palavras carinhosas devem ser ditas sempre, seja qual for o interlocutor
8. não devemos julgar ninguém
9. melhor passar de besta por ser bom de mais, do que ser bom de menos
10. precisamos engolir alguns sapos
11. filhos não podem ser enfrentados "de frente"
12. roupa não é tudo
13. esmaltes verdes, amarelos, azuis não combinam comigo. Tampouco roupas da moda, de marca e carésimas. quero roupas práticas e que não use só de vez em qdo
14. mas se render àquele vestidinho uma vez ou outra tbm não faz mal a ninguém
15. que a gente tem que saber reconhecer nossas limitações e identificar nossos talentos
16. ninguém troca uma pessoa pela outra; a outra ocupa um espaço que a primeira não ocupava, ou que tinha deixado vago.
17. devemos organizar nossas lembranças
18. telefonar de vez em qdo praquela pessoa que vc nao fala sempre, pode ser difícil, mas no fim é recompensante
19. às vezes o emprego paga até melhor, mas não é melhor pra vc
20. entretanto, de vez em qdo a gente tem que trabalhar até mais tarde.
21. dar dinheiro é mais fácil que dar colo
22. eu não gosto de chicletes e balas
23. não gosto (quase) de música muito massificada
24. adoro conhecer música que ninguém mais sabe de onde veio
25. não me contento com o ordinário. O incomum não é necessariamente o mais caro. Mas é aquele que vc demorou um pouco mais pra escolher
26. às vezes enfrentar alguma questão prática pra mim émuito difícil.
27. não adianta, eu admito, sou carente.
28. na prática é difícil, mas os filhos são pro mundo. Essa é uma lição que sei de cor, mas aplicá-la é uma dificuldade
29. que nunca vou ser magra, seca pq amo comer. Quero só ser elegante
30. que a gente tá aqui pra ser feliz. E quem disser o contrário é mentira. Então temos que batalhar de verdade pra isso. Conheço gente que parece que corre atrás de problema, aflição, tristeza. Vida não pra isso não.

domingo, 11 de abril de 2010

Memórias de uma balzaca

Após 30 anos de vida, e com uma memória definitivamente não seletiva, há muitas recordações. Algumas eu não queria mais lembrar. Mas sim, a gente tem que lembrar pq servem pelo menos pra gente não fazer de novo. Eis algumas:
  1. Lembro do dia que eu fui ao Mangueirão (nosso estádio) ver uma apresentação do Balão Mágico com meu pai e minha mãe. Eu devia ter uns quatro anos. Eles já estavam separados, mas como eles eram incrivelmente civilizados, foram juntos. Lembro que o Mike, que depois eu soube sero filho do lendário ladrão de trens Ronald Biggs (que ainda por cima, se aproveitava do dinheiro do filho) estava doente e que saiu mais cedo da apresentação. E eu, sempre gulosa, pedi pros meus pais comprarem todos os petiscos que passavam pela frente: picolé, chopp (o sucolé do Rio, aqui é chopp), pipoca, biscoito, tudo.
  2. Quando eu tinha 7 anos, meu irmão Cláudio nasceu. Lembro do dia que minha mãe me disse que tava grávida, de qdo ela viajou pro Rio pra comprar o enxoval dele e eu fiquei na casa da minha avó. Em 1986 caiu um avião na Baía de Guanabara e eu fiquei com medo de avião e do Rio. Não quis ir. Minha avó comprou pra mim todos os álbuns que foram lançados e muitas, muitas figurinhas. Foi ótimo. Lembro da minha frustração qdo eu soube que era menino,pq eu queria menina. Lembro quando eu acordei dia 22/05 e a secretáriame disse que minha mãe não estava pq tinha ido pro hospital ter neném. E eu aproveitei e não fui de uniforme nesse dia pra escola. Papai entrou comigo escondido no hospital e eu achei meu irmaozinho mto feio.
  3. Lembro do meu aniversário surpresa de seis anos. O tema era jardim. Foi lindo.
  4. Que tristeza foi o meu primeiro dia de aula no Moderno, em 1989.Era uma escola imensa, árida, e eu não conhecia ngm, mas todo mundo já se conhecia.
  5. Pulando um pouco (minha memória autobiográfica é mto boa, se fosse falar tudo que me vem a mente, não ia terminar hoje), lembro da minha viagem aos Eua,presente de quinze anos.28 dias, os primeiros tão longe da minha família. Comecei a namorar um menino completamente desnecessário pra minha biografia. Primeiro de mtos deslizes.
  6. Convênio, ah, convênio. No resto do Brasil, se chama 3° ano, mas aqui é convênio e foi um ano mto legal. Era pra ser um ano de mtos estudos e foi, mas foi um ano de amizades novas, de experimentar liberdade. Queria que tivesse durado mais um ano.
  7. Facudade, argh. Preferia não lembrar. Não criei nenhuma afeição por esse período. Mas tenho boas amigas dessa época.
  8. Lembro de qdo descobri que tava grávida. Do horror de abrir aquele exame. De não saber se queria ter ou não. De ter que contar pros meus pais. De ter que aturar críticas de gente que vc nem conhece. Mas de ter experimentado a sensação, no parto, de que tê-lo foi a decisão mais acertada do mundo. Sensação essa que foi confirmada pelos anos seguintes.
  9. Lembro da primeira febre do João e da calma com que lidei com isso. Infelizmente, na minha trajetória como mãe, nem sempre consegui agir com tanta lucidez como naquela primeira febre. Não por falta de carinho, mas por falta de experiência, orientação e de ter com quem compartilhar aqueles momentos.
  10. Luto pela morte da minha mãe. Isso já tem 10 anos. Dor que não passa nunca. Queria escrever mais, mas não dá.
  11. Lembro do dia que me separei do pai do João, em 2005. Libertador, pra nós dois. Alguns detalhes desse processo poderiam ser dispensados (aqui vc entende um pouco). Mas seguimos em frente e até que nos amos bem hoje.
  12. O período seguinte foi de conhecimento pessoal, de testar limites, de aproveitar a solteirice e fazer o que pessoas jovens fazem.
  13. Odeio lembrar do doloroso parto que foi começar a namorar oLeo. Só deu certo pq tinha que dar mesmo e pq eu fui muito persistente. Felizmente deu certíssimo, a gente casou (e essa é uma lembrança gloriosa)

Tinha mtas recordações pra colocar aqui. Ao longo do texto, vi que não dava pra colocar todas, ainda mais com a riqueza de detalhes com que eu me lembro delas. Deixei de fora dessa lista muitas frustrações, rancores, alegrias, realizações. Não coloquei os meus primeiros dias de trabalho nos três empregos que tive, festas, aniversários, brigas, fugas, namorados, parentes e as lembranças ao lado dos amigos que foram meus maiores feitos na vida, depois do João.

Não sei dizer se meus 30 anos foram bem vividos. Sei que eles acabam hoje. Agora é pegar isso tudo e fazer dos próximos 30 anos bem melhores, agora que já tenho uma certa independência, que constitui uma família de verdade e com todas aslições que eu duramente aprendi nessa fase.

Tá mto grande já. Amanhã eu continuo.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Ai, a proximidade dos 30

E nessa semana que se aproxima eu completo 30 anos de vida.

E agora eu me pergunto pq eu digo isso pra todo mundo? Uma vez eu li num comercial que a mulher só faz 18 anos uma vez mas 29, faz bem umas quatro. Quem eu acho que sou? Me acho melhor que todo mundo pra postar aqui no blog e tornar pública a minha idade? Pq eu não disse no ano retrasado que ainda tava fazendo 27? E no ano seguinte faria 27 de novo. Fugiria do óbvio, ainda por cima.

Tive dois sinais que a fatídica idade balzaca se aproximava: o primeiro foi o peso. Cada vez mais perto dos 30, ficava muito mais fácil ganhar peso e impossível de perder. Impossível, tão ouvindo? Sempre dizia que tinha que fazer dieta pra chegar aos 30 magra, pq isso era um marco na vida de uma mulher e depois seria mais fácil de perder. Difícil uma pessoa chegar magra aos 30 ou 40 e ganhar 40 quilos depois. Enfim. Isso não se realizou (tánão sou gorda, mas nao to no pesoque gostaria). O segundo sinal foi quando eu passei a ter histórias de dez anos pra contar. Não eram mais histórias da minha infância. Mas sim histórias de qdo eu já sabia dirigir, já era mãe, já podia sair de noite sozinha sem dar (muita) satisfação, já fazia faculdade.
Depois desses sinais,vi que não tinha jeito, tinha que aceitar o destino e me ver envelhecer.


Não sei se estou onde queria estar aos 30. Na verdade, acho que não sei bem como achava que estaria qdo chegasse aos 30 anos. Com certeza mais magra, mas não sei se mais rica, mais filhos ou menos filhos, outro trabalho, se eu ainda moraria na minha cidade. Mas e aí? A vida vai levando a gente por caminhos nem sempre floridos, às vezes tortuosos, mas sempre necessários.


Ainda tem isso: to numa fase reflexiva. O horóscopo disse que que é Saturno passando pela órbita do meu planeta, que provoca esse momento shakespeare de "ser ou não ser", ou qualquer baboseira do gênero. O que importa é que vou fazer 30 e isso não tem mais volta.


Passei pela década da maioridade mtomais confusa. Posso dizer que foi a partir dos 20 (do meio pro fim)que me descobri e passei a gostar mais de mim. Hoje digo que não sou a melhor amiga de mim mesma, mas acho que caminho pra isso.
Nos próximos posts, a descoberta da terceira década.