quinta-feira, 26 de março de 2009

Multifacetada


Só essa semana que eu assisti Vicky Cristina Barcelona, do Woody Allen, diretor que amo de paixão. Mas já tinha visto uma brincadeira do Saia Justa sobre o filme, em que as quatro participantes diziam com que personagem elas mais se identificavam. Então eu já assisti o filme querendo saber quem eu era. Infantil? Talvez. Mas divertido.

No início do filme eu cheguei a conclusão que eu era a Vicky: responsável, certinha, namorado firme, na verdade noivo, bem sucedido, gostava desse amor calmo e estável. Fazia mestrado em arte catalã, olha que máximo! Estudar Miró e Gaudi. É, eu sou a Vicky. Se o filme tivesse continuado sem maiores alterações, eu seria a Vicky. Mas com um noivo menos quadradão (e que não dormisse de sapatilhas).

A Cristina é uma pessoa em constante busca da forma de expressar seu "eu interior". Talvez pela dramaturgia, fotografia, escrita, pintura... ainda não sabe. E vi que tenho um pouco de Cristina tbm. Sou mto ligada em artes, gosto bastante de tudo. Tudo mesmo. Gosto de verdade. E sempre senti que eu precisava de alguma forma de me expressar, nem que seja na culinária (eu acho uma excelente forma de expressão, acredito piamente que a pessoa coloca mto de si na comida). Queria realmente ter a disposição da Cristina (financeira, inclusive) pra buscar isso. Acho que na verdade eu queria ter a possibilidade de largar tudo e buscar o que eu realmente gosto de fazer. Assim, nesse ponto pela busca do expressar, eu sou Cristina.

Me identifiquei com a Cristina em mais um ponto: ela não rotula nada. Eu ainda não cheguei nesse ponto de superioridade, de nao rotular nothing at all, mas acho isso mto legal. A sociedade nos impõe muita coisa: tem que ser magro, bonito, fiel, heterossexual, não pode ir pra cama no primeiro encontro... Mas acho que cada um sabe de si. Eu tenho meu padrão de comportamento, sou certinha sim, mas e quem não é? As pessoas são capazes seus "códigos", suas próprias referências, sem agredir ou se sentir agredidas e, mais importante, sem serem rotuladas de safadas, gays, cornas, etc. Cristina é livre e isso é mto lindo.

Pode parecer que eu to falando justo o contrário do que disse no post de ontem sobre a Milena, mas não acho que é tão antagônico assim: eu falei o que eu não queria pra mim e, especialmente, não queria pra minha relação com o meu filho. Mas ela pode querer pra ela. Aliás, até disse que eu não tinha nada contra quem era. E tbm ainda não cheguei nesse ponto de não julgar ngm, não exijam tanto de mim.

A Maria Elena é uma barraqueira, descontrolada, nervos à flor da pele. Por isso acho que ela seja tão boa artista. Não acho que, hj, eu tenha alguma coisa de Maria Elena. Já tive. Já gritei mto, já esperneei, na mexi em celular e gaveta de namorado, achei o que não queria, briguei por isso, minha vida era uma montanha russa emocional. Mas passou. Maturidade, quem sabe. Ou apenas encontrei uma pessoa mais tranquila, que despertou meu lado Vicky.

Acho que foi um dos filmes que eu mais me identifiquei. Já quero ele pra mim.

3 comentários:

Anônimo disse...

huum vou assistir !

bjo

Anônimo disse...

vc me deu uma boa idéia com esse dia chuvosso aq de ribs... oo tem selinho lá pra ti no meu blog...
bjs

Rê Araujo disse...

Oi! Caí de pára-quedas aqui no seu blog. Eu assisti a esse filme no avião, nunca tinha assistido Wood Allen e achei o máximo!! Tem uma profundidade, uma coisa de reflexão, que nem todo mundo entende!! Muito bom mesmo!!Beijos!